quinta-feira, 14 de julho de 2011

Felicidade

A causa da felicidade não se acha em lugares determinados .
Ela esta em nós, nas profundezas da alma.

"O reino dos céus está dentro de vós",

disse o Jesus.
É no nosso interior que está
todo o potencial das felicidades futuras.

Olhemos atentamente para o fundo de nós mesmos.
Tire, por alguns instantes, sua atenção das coisas externas.
Depois de haver se habituado os sentidos ao silêncio,
seremos capazes de ouvir vozes fortificantes e consoladoras.

As vozes de nossas próprias consciências.
Há poucos pessoas que sabem ouvir seus próprios pensamentos.

Raros são aqueles capazes de reconhecer e explorar os próprios potenciais.

Geralmente alguns de nós gastamos a vida em coisas banais, improdutivas.
Percorremos o caminho da existência sem nada saber
a respeito de nós mesmos, de nossas riquezas íntimas,
mesmo já tendo sido dito sobre isso pelo Senhor.

E então nos perguntamos: Como poderemos usar essa nossa capacidade?

Pela vontade!


É através dela que dirigimos nossos pensamentos para um alvo determinado.
Na maior parte das pessoas os pensamentos vem e vão, sem controle.
É preciso saber concentrar-se, colocando o pensamento
em sintonia com o pensamento divino.

Só assim a alma humana poderá entrar em sintonia,
tornando-a, dessa forma, apta para realizar nobres tarefas.
A vontade é a maior de todas as potências e seu poder é ilimitado.

Sua ação é comparável a de um ímã.
A pessoa, consciente dessa força interior, sente crescere suas força.

Sabe que, tudo o que de bem e bom desejar há de,
mais cedo ou mais tarde realizar,
alcançar quando seu pensamento estiver de acordo com o do Senhor.

Como é bom poder dizer: conheço a grandeza e a força que habita em mim.


Essa força há de ser meu amparo e minha certeza,
em todos os instantes de minha vida.

Vencerei o mal *** que ainda há em mim.


Vou me manter firme e inabalável, sempre em frente ****

Com minha vontade conquistarei o que eu quero.
Farei de mim uma criatura melhor.

Para isso, basta que eu queira alcançar toda essa coisas.
Confie nesta força que habita dentro de você.

Essa força tem nome:
Se chama Jesus.

Ele te deu o endereço da Felicidade.
Lembra do que ele disse?
"O reino dos céus está dentro de vós"

Deus te abençoe!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Crie você mesmo o seu Plano de Marketing


Especialistas ensinam como elaborar ações estratégicas para criar diferenciais no mercado. Confira as dicas.

Tomar a iniciativa de elaborar e seguir um Plano de Marketing assemelha-se ao propósito de seguir preceitos religiosos. É necessário muita disciplina e persistência. Da mesma forma que crenças trazem óticas e contextos diversos, um Plano de Marketing também reúne etapas mais elementares e outras mais complexas, de acordo com a análise de Fernando Adas, diretor de Atendimento e Planejamento da Fine Marketing, especialista em Comunicação Dirigida e Varejo.

Em síntese, é comum adotar o chamado ‘tripé’ do planejamento estratégico, composto por: público-alvo, oferta e script.“O tripé é um bom roteiro passo a passo para as diretrizes iniciais de um Plano de Marketing. A definição do público-alvo (target) é o primeiro desafio e já oferece duas possibilidades de análise: a ótica socioeconômica demográfica (Perfil SED) e a ótica comportamental (Perfil Atitudinal)”, afirma Adas.

No perfil SED, a segmentação volta-se para o sexo, idade, estado civil, escolaridade, renda, profissão e endereço, para uma análise de pessoas físicas. “Caso sua empresa atue no segmento B2B e seu público consumidor seja jurídico, a análise é composta pelo segmento econômico, porte da empresa e localização”, explica.

O perfil comportamental foca a análise dos valores presentes no ato de consumo. São parâmetros obtidos mediante a observação do histórico de compras de determinado cliente. “Por exemplo, ao observar a compra de um celular, há clientes mais voltados a preço, enquanto outros se empolgam com as novidades tecnológicas. Para estes públicos, teremos ações de marketing e ofertas específicas”, exemplifica o especialista.

Ofertas e desafio

E, por falar em ofertas específicas, estas, compõem o segundo pé do ‘tripé’. A definição da oferta talvez seja o principal desafio de um Plano de Marketing: o que oferecer ao consumidor? Que necessidades serão atendidas?

As respostas serão dadas a partir de uma análise das características e benefícios do produto ou serviço ofertado, sendo que os benefícios são os grandes responsáveis pela conquista de clientes. Segundo Adas, muitas vezes, a ausência de benefícios concretos faz com que a empresa ofereça descontos e promoções ao consumidor. “Preço não é benefício. Preço é a tradução numérica de um valor agregado percebido pelo cliente.”

E por último, está o ‘script’, o terceiro pé do tripé, que traduz a maneira de como abordar e comunicar o target a respeito das ofertas. “Esse roteiro de comunicação pode adotar as ferramentas de massa ou dirigidas, online ou off-line, em função de uma análise dos hábitos de mídia do consumidor que pretendemos conquistar”, reforça.

Adas destaca que adotar um formato offline ou online é a consequência de uma definição sobre a apresentação de um conteúdo. “Significa dizer que, a partir da seleção dos benefícios da oferta a serem comunicados, serão adotadas mídias e formatos mais sintonizados com os hábitos do público-alvo”, destaca.

Há uma tendência das empresas em substituir os formatos offline, que são mais caros e demorados em seu desenvolvimento, pelos online. Segundo Adas, esta decisão, muitas vezes, ocorre por questões financeiras e não mercadológicas e, por isso, pode causar prejuízos à qualidade da recepção da mensagem. “Planos offline e online podem e devem apresentar uma sinergia entre si.”

A partir da sua criação, o Plano de Marketing deve ser adotado por todos os departamentos envolvidos com o consumidor. No entanto, é muito comum que o plano seja criado, mas não seja incorporado pelas equipes. “Muitas vezes, essa ‘venda interna’ dos preceitos e práticas presentes no plano torna-se desafiante e, por vezes, ameaçadora para áreas mais tradicionais da empresa”, afirma.

A busca pela matéria-prima

Considerada a matéria-prima principal, a informação é imprescindível para a criação de um Plano de Marketing. Ao contrário das maiores, as pequenas empresas, muitas vezes, não têm condições financeiras de obter os dados necessários para seu planejamento por meio de pesquisas de mercado. Neste caso, a professora Daniela Khauaja, coordenadora acadêmica da área de Marketing da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), alerta sobre a possibilidade da busca dessas informações em fontes secundárias.

“Hoje existe o acesso a muitos dados e a pessoa fica até perdida com tantas opções. Uma empresa pequena pode buscar dados no Sebrae, em sindicatos, federações e em órgãos associados ao governo, como IBGE, em que é possível ter uma previsão da demanda, que seria o alvo do produto. É importante encontrar fontes e ver quais são interessantes”, recomenda.

Segundo Daniela, com as informações obtidas, já é possível iniciar o Plano de Marketing. Em um primeiro momento é necessário fazer uma análise do ambiente e tentar traçar ações antes do concorrente. “Agora é importante pensar se haverá novidade tecnológica e mudanças na economia que podem impactar meu mercado e onde vender com mais vantagens.”

Em um segundo momento, Daniela alerta para a análise da concorrência, discutindo sobre produtos similares e substitutos. Em seguida é necessário entender o mercado-alvo, o que, em alguns momentos, é mais difícil para as pequenas empresas porque seria vantajoso realizar pesquisas de mercado.

Como alternativas é possível fazer pesquisas qualitativas. “Você não vai dispor de grandes números, mas sim de insights. É melhor que nada.” Neste momento é importante refletir sobre a capacidade da empresa e identificar qual a oportunidade que o mercado oferece.

A professora explica que aí chega a hora de traçar metas e estratégias. “É fundamental que os objetivos sejam mensuráveis, destacando volume de produtos, rentabilidade, abrangência geográfica, entre outros pontos importantes. Em seguida é preciso traçar estratégias pra alcançar meus objetivos: como comunicar, como distribuir.” O Plano de Marketing é a pré-condição ao Plano de Negócios. “E entra, neste caso, a parte financeira: quanto investir e fazer o cálculo para avaliar se vale mesmo a pena.”

Ferramenta online

O Sebrae disponibiliza a Click Marketing, uma ferramenta online gratuita para micro e pequenos empresários realizarem o Plano de Marketing do seu empreendimento. De acordo com a Daniela, trata-se de um passo a passo interessante. Segundo o Sebrae, esta página é voltada para proprietários de negócios com até dois anos de funcionamento.

“Inclusive já recomendei essa ferramenta para facilitar a elaboração deste tipo de projeto”, afirma Daniela. A professora aconselha que recorrer a cursos de pós-graduação também são opções para se especializar no assunto tornando-se, por exemplo, um analista de marketing.

Portal HSM
13/06/2011

Desmistificando a inovação colaborativa


A procura por talentos fora do meio corporativo que a empresa está acostumada pode criar resistência dentro do próprio ambiente empresarial. A dica de Mohanbir Sawhney é “abrir a mente” para se adequar à nova realidade da inovação

Mohanbir Sawhney, diretor e professor do Centro de Pesquisa em Tecnologia e Inovação da Kellogg School of Management, da Northwestern University, falou nesta quarta-feira (29/6) durante o Fórum HSM Inovação & Crescimento sobre a crescente importância da rede colaborativa para a inovação. “Se você não fizer, a concorrência fará. Não importa onde você esteja, você compete em um mundo global”, alerta o membro do fórum econômico mundial e integrante do conselho de administração da revista Forbes.

Para aproveitar os benefícios da inovação colaborativa é preciso que a empresa tenha mente aberta e mude a cultura de “protetora de sua propriedade intelectual”, superando as barreiras internas que podem surgir ao tentar implementar novos mecanismos de inovação. “O conceito da inovação está sendo inovado”, diz Sawhney.

Ele toma como exemplo de sucesso a Wikipedia, enciclopédia virtual já existente em diversas línguas e escrita por milhares de colaboradores, que não tinha tanto prestígio nos primeiros anos pela dúvida quanto à fidelidade das informações nela contidas. Sawhney brincou com a plateia e perguntou quantos dos executivos presentes olhavam no dicionário tradicional quando tinham dúvidas sobre um termo e quantos pesquisavam na Wikipedia. Como já devia ser esperado pelo palestrante, a maioria dos presentes disseram recorrer à ferramenta colaborativa online.

Importar conhecimento para crescer

Se as empresas investem tanto em funcionários com alto nível de conhecimento em suas respectivas áreas, laboratórios e matérias-primas de última geração, por que importar conhecimento? Sawhney explica que manter sua própria geração de propriedade intelectual não é mais sustentável. Isto porque os custos são elevados e o desenvolvimento de ideias é demorado. “A inovação precisa ser mais rápida. O que você desenvolve hoje, a China faz em seguida pela metade do preço e a Índia por um terço do valor”, conta.

A indústria automobilística é um bom exemplo de como a inovação colaborativa leva à expansão dos negócios, sem o temido prejuízo para a empresa. Os veículos mais modernos contam com GPS integrado, bluetooth e diversos aplicativos de comunicação.

Obviamente, as companhias não desenvolvem todas essas tecnologias sozinhas e partindo do zero. Essas habilidades foram trazidas para a indústria de automóveis. “Muitos desses especialistas e desses talentos estão fora da sua empresa, então não dá para inovar sozinho. Não importa quantos cientistas você tenha em sua empresa, os custos e os riscos são maiores ao inovar sozinho do que na inovação colaborativa”, argumenta.

Aprenda a olhar o mundo lá fora

- Há muito mais ideias e pessoas inteligentes fora da empresa do que seria possível contratar.

- A maioria dos novos conhecimentos é construída socialmente – a comunidade é mais sábia do que a soma de seus membros.

- Há novos tipos de intermediários e novas infraestruturas tecnológicas que estendem o alcance e a variedade das inovações de uma empresa.

Portal HSM
29/06/2011

Fazendo as duas coisas

Inder Sidhu, vice-presidente mundial de estratégia e planejamento da Cisco, conta aos palestrantes sobre o efeito multiplicador de construir ambientes inovadores utilizando ao mesmo tempo modelos de inovação sustentável e de ruptura.

Excelência operacional que provoca a consciência no cliente de que seu produto é inovador só é possível se as pessoas que estão atrás da máquina chamada organização estiverem realmente interessadas em prover soluções eficazes e diferenciadas. É assim que Inder Sidhu, vice-presidente da Cisco, empresa líder mundial em redes de internet, define o conceito de inovação.

Mas como conceito e prática variam, o palestrante trouxe aos participantes do Fórum HSM de Inovação e Crescimento dois modelos de inovação, a sustentada e a perturbadora, alertando para o fato de que é possível executar ambas em um mesmo projeto.

A inovação sustentada é aquela que sempre se mostra mais barata e viável em um primeiro plano, sendo muito utilizada para upgrade de produtos, sistemas ou serviços. Já inovação perturbadora é aquela que dita novas regras e redireciona mercados, muitas vezes enfraquecendo empresas que até então estavam estabilizadas.

“Gosto de diferenciar a inovação tomando como exemplo o lançamento do Blue-Ray, uma nova tecnologia baseada a partir da mídia de CD e DVD convencional. Na outra ponta, cito a TiVo, um gravador de vídeo digital que permite os usuários gravarem programas da TV e da internet detectando e excluindo a publicidade que acompanha os programas”, exemplifica Sidhu. “Vocês já imaginaram a turbulência que essa inovação pode causar na mídia televisiva, que até então é sustentada por seus anunciantes?”, indaga o palestrante.

O que requer cada modelo

Geralmente, empresas estabelecidas no mercado praticam muito bem a inovação sustentada por terem a excelência operacional e por serem impulsionados a melhorar e não inovar. “os investidores, os clientes e os fornecedores sempre vão dizer para você melhorar sem inventar. No entanto, é preciso avaliar que o ‘novo’ conspira contra a organização e amanhã se você não o fizer, certamente o seu concorrente o fará”, alerta Sidhu.

E uma empresa pequena, como trabalha a inovação? Em muitos casos, elas são excelentes em executar uma inovação perturbadora porque querem ser vistas no mercado, mas por terem expertise na provocação de mudanças, muitas vezes pecam no processo operacional do negócio. Em muitos casos, as deficiências são evidentes pela falta de experiência em gestão, fluxo de caixa reduzido ou até mesmo limitações na abrangência de seu público-alvo.

Para o especialista, a empresa que faz a diferença no mercado atual ainda assim é a que consegue alcançar mudanças sustentadas e perturbadoras ao mesmo tempo, como é o caso da Apple que, todo ano lança novas versões para Ipad, Ipods e Iphones. Com eles, lança também produtos inovadores como as lojas virtuais Itunes e ApStore que provém aos seus clientes novos aplicativos e serviços voltados à atualização do produto, de modo a deixar sua marca sempre viva na mente dos consumidores. “Quando uma empresa consegue aliar estes dois modelos, misturando hardware e software como no caso da Apple, o valor de mercado aumenta e provoca uma ruptura absurda no segmento de atuação e ela passa a ditar novas tendências e oportunidades”, pontua Sidhu.

Portal HSM
01/07/2011

O DNA da inovação


Fábio Gandour, cientista-chefe da IBM do Brasil, questiona alguns conceitos sobre inovação e explica sobre algumas metodologias para monetizar ideias inovadoras

“Nosso País se beneficia pouco das inovações que faz e eu vim aqui exatamente para apresentar a vala que há entre inovação e ciência voltada para o negócio dentro das organizações”. Foi assim que Fábio Gandour, membro da Academia de Ciências de Nova York e líder do recém-anunciado laboratório de pesquisa da IBM Research Division no Brasil, se apresentou no último dia de palestras do Fórum HSM de Inovação e Crescimento, realizado nos dias 28 e 29 de junho.

Para explicar sua afirmação, o cientista fala que o empresário brasileiro é por si só inovador, mas peca na hora de mensurar e registrar projetos, explicando, por exemplo, que o País possui índices baixíssimos de registro de marcas e patentes criadas. E alerta que tal deficiência pode ser explicada também pela falta de medição do processo de criação como um todo.

“Falta às empresas brasileiras enxergar a ciência como negócio, dirigindo suas práticas operacionais única e exclusivamente para o retorno do que se está investindo”, diz Gandour.

Ele cita ainda como referência o DNA da Inovação, modelo criado pela cientista Ruth Ann Hattori, que define o modo como novas ideias devem ser trabalhadas para criar valor. Assim, Ruth propõe que a base da interação da empresa-mundo busque foco em seus players de mercado, adotando uma atuação estratégica que cria uma liderança capaz de proporcionar aos funcionários valores básicos, sinergia e diversão ao inovar.

Caminhos a seguir

Toda ideia inovadora deve possuir profundidade e clareza, abrangência e relevância, concisão e completude para sair do papel. Essas diretrizes norteiam o início das ações, mas são insuficientes para mudar o rumo de uma empresa. “A inovação sempre sustenta algum caráter novo e o maior desafio é aprender a medir os resultados para poder comparar os resultados sobre qual valor a ação proporcionou para seu cliente”.

Para ele, o maior problema no mercado brasileiro ainda são os processos fundamentados no achismo, que pode ser utilizado como o início de um estudo, mas que depois é fundamental usar a tecnologia e todos os recursos disponíveis para tornar a ação um processo evolutivo.

Por isso que a inovação pode ser simples, ou seja, a partir da incrementação de um produto ou de vários produtos que trazem em si novos atributos. Depois, a empresa pode tratar a inovação como uma estratégia competitiva, diferenciando o seu produto dos demais concorrentes. Por fim, é necessário mensurar o valor percebido pelo cliente.

Ao se pensar na implementação de projetos inovadores, deve-se ter em mente que o que é um sonho torna-se realidade nos dias de hoje e a tecnologia permite um avanço inovador da sociedade, a estética muda, mas a funcionalidade é a mesma.

Mas e o valor humano? O capital intelectual é o que importa e por isso o DNA da inovação representado pela professora Ruth Ann Hattori coloca as pessoas no núcleo da ação. É a partir das pessoas que surgem as lições aprendidas e definem-se métricas que monitoram resultados. São elas quem executam e implementam processos e realizam a comunicação entre os times de projeto para se manter o foco no valor esperado pelo cliente.

DNA da Inovação

Fonte: http://www.innovationnetwork.biz

“Por isso que atento todos aqui para criarem grupos com foco, disciplina, dedicação e resiliência, oferecendo a eles espaço para a inovação, de modo que eles possam humanizar conceitos, controlando e mensurando a qualidade dos processos”, conclui Gandour.

Portal HSM
30/06/2011

Efeito Libélula: conte histórias e fortaleça as relações


Excesso de informações na web provoca escassez de atenção do consumidor. Inovar com Storytelling é uma das principais apostas

A quantidade diária de informações produzidas na internet é tão crescente que, se não há sensibilidade e estratégias para atraírem os consumidores, os fatos se perdem na mesma velocidade como são criados. Hoje, as pessoas saem do papel de telespectador, à espera da informação, para entrar num formato onde participam, criticam, constroem e respondem.

Estar presente nas redes sociais não é garantia de obter a atenção dos clientes e ter sucesso com seu produto ou serviço. As empresas precisam se perguntar o que têm para falar e aí nasce o Storytelling: saber contar uma história, criar um propósito, sensibilizar e entrar no radar das pessoas. A edição da Revista HSM, de Julho/Agosto 2011, traz uma reportagem especial com os autores do livro ‘The Dragonfly Effect’ (‘Efeito da Libélula’), que explicam como provocar o interesse da audiência contando uma boa história com base nas quatro asas da libélula (foco, atenção, envolvimento e gerar a ação).

Aqui no Brasil, o Portal HSM conversou com alguns especialistas brasileiros para saber como o mercado nacional têm evoluído neste tema e também quais são as percepções do livro ‘Efeito da Libélula’. Para José Cláudio Terra, especialista em desenvolver Soluções Estratégicas de Gestão do Conhecimento e presidente da empresa TerraForum, as empresas que constroem relações verdadeiras com seus consumidores verão resultados mais positivos nas redes sociais. As organizações que dizem o que pensam, enfrentam situações de frente, se colocam ao lado do consumidor, e não acima, e aquelas que geram cotidianamente pequenos impactos positivos também terão bons resultados. O errado é aderir às redes sociais só porque todo mundo está participando.

“Nossa experiência diz que a força motriz está em planejar bem qual será o papel das redes sociais em seu mix de comunicação, adaptar sua estratégia a esse ambiente, e saber que não existe receita de bolo pronta, você vai aprender falando e, principalmente, ouvindo”, afirma Terra.

O especialista no uso de Storytelling como ferramenta de comunicação, Bruno Scartozzoni, da Talk Estratégias Digitais, lembra que a quantidade de informações produzida na internet em apenas 60 segundos é monstruosa: quase 100 mil twits enviados, mais de 25 horas de vídeos carregados no YouTube e mais de meio milhão de comentários feitos no Facebook, sem citar o que acontece em outras mídias e redes sociais.

“Excesso de informação gera escassez de atenção, um bem que hoje em dia acaba sendo mais valioso que dinheiro”, afirma Scartozzoni, que também é professor do curso Inovação em Storytelling, da Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo (ESPM-SP).

Estar presente nessas mídias não é nenhuma garantia. Antes disso, as empresas devem se perguntar o que elas têm para falar e aí entra o Storytelling: contar uma história é basicamente reorganizar fatos de modo que eles ganhem um sentido, um propósito, aumentando a possibilidade de entrar no radar das pessoas.

“Essa estrutura de história, com começo, meio e fim, girando em torno de um conflito, é usada pela humanidade há pelo menos 30 mil anos para transmitir conhecimento e significar fatos. Aristóteles foi um dos primeiros a decifrar essa estrutura que até hoje é utilizada por escritores, roteiristas de cinema e qualquer um que conte histórias. Mas nem é preciso ir tão longe”, informa Scartozzoni.

‘Efeito Libélula’

A revista HSM, de Julho/Agosto 2011, traz entrevista com os autores do livro ‘O Efeito da Libélula’, Jennifer Aaker e Andy Smith. Segundo a professora de Marketing e o especialista em Estratégias, boas histórias despertam atenção e permitem trabalhar as mídias sociais de maneira mais eficaz.

“Por muito tempo nossa sociedade entendeu razão e emoção como coisas separadas e independentes. Hoje já se sabe, graças à neurociência e à psicologia moderna, que no fundo a razão está envolvida pela emoção. O segredo desse livro está em propor para as empresas algumas ferramentas que vão ao encontro deste novo paradigma, chamando atenção para o lado mais subjetivo da comunicação”, diz o brasileiro Scartozzoni.

Para contar uma história, de acordo com ele, não é necessário falar de aspectos sociais, no sentido de uma causa ligada, por exemplo, à pobreza ou ao meio ambiente. “Algumas marcas fazem isso, e fazem bem, mas quando isso acontece é porque geralmente partiu de uma vontade genuína surgida na criação ou desenvolvimento da empresa.”

Por outro lado, em sua análise, histórias estão sempre ligadas aos sentimentos e verdades humanas. “Nunca são sobre fatos, mas sim sobre pessoas. Os fatos estão lá apenas para mostrar como os personagens reagem a eles. Portanto, mesmo uma marca que tenha como causa o meio ambiente, no fundo está contando uma história sobre pessoas que lutam contra o status quo para garantirem sua própria sobrevivência.”

Quanto mais a empresa direcionar o seu propósito em personagens, melhor. Neste caso, pode ser o próprio dono, os funcionários que fazem o dia a dia das atividades ou até mesmo personagens fictícios. “A Coca-Cola, por exemplo, criou um universo fantástico para contextualizar o que acontecia dentro de sua vending machine e materializou isso na campanha Happiness Factory. É óbvio que não era real, mas era verossímil, e os consumidores acreditaram na história.”

Na análise de José Cláudio Terra, da TerraForum, ‘O Efeito da Libélula’ discute o potencial das mídias sociais de mobilizar escolhas e pessoas. Isso quer dizer mobilizá-las a comprar a mais nova tecnologia ou unirem-se em prol de uma causa comum. O livro, segundo ele, traça esses paralelos com frequência e destaca que não são necessárias grandes ideias para se provocar mudanças, mas, sim, pequenas iniciativas bem coordenadas. “A libélula é um símbolo da transformação, mudança e renascimento, bem como o único inseto que pode voar em qualquer direção sempre com suas quatro asas batendo sincronizadamente”, destaca Terra.

As quatro etapas, de acordo com o consultor e professor, se resumem a “ter foco”, “ganhar a atenção”, “engajar” e “agir”. Todas devem acontecer em sincronia como as asas da libélula para excelência e resultados.

“Acreditamos nessas etapas como ferramentas para construir uma estratégia nas mídias sociais, mas é importante que as empresas as vejam como parte da estratégia, não como o todo ou como um passo a passo. Nem todo negócio precisa, necessariamente, de engajamento, afinal, as redes sociais podem apenas complementar uma comunicação, por exemplo. Grosso modo, ter foco é fundamental em qualquer estratégia, inclusive nas redes sociais”, destaca.

O passo do engajamento é, de fato, o mais complexo, mas também o mais poderoso. De acordo com Terra, empresas que têm foco em disponibilizar conteúdo pertinente e na troca de conhecimento, sem dúvida, conseguem criar uma relação de benefícios mútuos, premissa para engajamentos de longo prazo. E, finalmente agir, que é alma de qualquer negócio.

Discutir valores e essência

“Empresas precisam, além de se preocupar com as histórias que contam, se preocupar em alinhar o contexto que criam para si nas redes sociais aos seus valores como marca, as promessas que fazem como instituição. Em todos os cases de sucesso que tivemos com nossos clientes, a empresa não abria mão de quem era na essência e se propunha a discutir, extensamente, qual o papel que cada rede social teria na construção desse diálogo online. Se não houvesse um papel claro, não participava”, destaca Terra.

Isso significa, de acordo com Terra, discutir coisas que, aparentemente, são simples: se a empresa terá um papel ativo na geração de discussões; se será tímida ou arrojada; que tipo de linguagem é mais adequado ao seu perfil e assim por diante. “É importante ressaltar que são detalhes como esses que tornam uma empresa humana aos olhos do público, e que a torna crível nas redes sociais. Uma empresa que participa das mídias sociais, muitas vezes, não possui, como na TV ou nos meios impressos, uma imagem que personifique quem ela é.”

Por outro lado, de acordo com o empresário, nas redes sociais, uma marca impacta o consumidor com uma frequência muito maior do que em qualquer outro meio. Nesse cenário não deve haver ruído ou credibilidade que pode sofrer abalos. As redes sociais, muitas vezes, são usadas com o objetivo de amplificar relacionamentos. “Usamos na TerraForum o termo B2N, ou Business To Network, para refletir esse efeito em rede que toda empresa almeja”, afirma.

A base para relacionamentos verdadeiros, considerados mobilizadores, porém, está em acrescentar valor às redes. “Por que não existem pessoas comentando sobre um banner no UOL? Porque é só um banner. Pessoas não se relacionam com um banner, mas pessoas gostam de histórias sobre elas e sobre os seus. Por isso, seu conteúdo deve ser relevante, ter empatia e incentivar a troca com os usuários. De novo, voltamos às bases das relações humanas, as pessoas precisam ter interesses comuns”, analisa.

Cases

No Brasil, a empresa Tecnisa, segundo Terra, é referência no uso das ferramentas digitais. As mídias sociais são uma parte apenas de sua estratégia online. Motivo pelo qual, segundo ele, mereceu um gerente dedicado para essa atividade que hoje tem foco em comunicar os lançamentos, ofertas e estreitar o relacionamento com aquelas pessoas interessadas em um novo imóvel. “Como o site é bastante vendedor, precisamos encontrar formas de incentivar a visitação. O segredo é aproveitar o tempo em que o internauta está conectado”, reforça Romeo Busarello, diretor de Marketing da Tecnica.

Para Terra, outro case de sucesso é o Twittão do Abreu Imóveis. Em fevereiro de 2010, a empresa realizou um evento inédito para promover as vendas. O Twittão Abreu foi o primeiro feirão imobiliário feito exclusivamente para o Twitter, onde a empresa ofereceu 500 ofertas que iam desde imóveis do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ até residências de alto padrão. “Em apenas 12 horas, tempo que durou o feirão, a Abreu Imóveis conseguiu movimentar 13 milhões de reais. Um resultado excelente a um custo de execução próximo do zero. O resultado foi tão satisfatório que, três meses depois, três subsidiárias do mesmo grupo realizaram uma campanha parecida em São Paulo.”

Como um dos cases internacionais de destaque, Terra comenta as ações realizadas três anos da Starbucks. “Utilizando ferramentas de colaboração, a rede de cafeterias reverteu um quadro ruim nos negócios, promoveu a interação com seu público, alavancou vendas e se tornou referência em relacionamento digital com o consumidor. O cliente Starbucks tem a oportunidade de influenciar e opinar sobre o que acha que deve ser melhorado na rede”, comenta Terra.

Para o especialista no uso de Storytelling como ferramenta de comunicação, Bruno Scartozzoni, um case nacional bastante recente foi a Vivo criando um clipe para a música Eduardo e Mônica, da Legião Urbana. A letra conta uma história de amor cheia de “verdades humanas”.

“Eduardo é um moleque que ainda nem entrou na faculdade e Mônica, com alguns anos a mais, já está encaminhada na carreira de médica. Eles se conhecem, se envolvem, vencem a improbabilidade de dar certo e seguem na vida com todos os altos e baixos, se amando e brigando, passando por momentos mágicos e barras pesadas. O que a Vivo fez foi basicamente repensar a história imaginando como celulares poderiam ter participado desse romance. A partir daí filmaram um clipe e lançaram nas redes sociais como uma homenagem da marca ao dia dos namorados. O sucesso foi estrondoso, sendo um dos assuntos mais comentados da semana. E tudo isso sem que a peça aparecesse na TV”, afirma Bruno.

Sobre um exemplo de sucesso no âmbito internacional, o professor da ESPM recorda-se de uma recente notícia que despertou a sua atenção: a criadora do Harry Potter, JK Rowling, anunciou que a saga do bruxo continuará na internet por meio do site pottermore.com. Nesse site ela venderá os livros em versão ebook e audiobooks (sem a intermediação das livrarias) e, além disso, haverá uma plataforma para que fãs criem suas próprias histórias dentro desse universo ficcional.

A própria autora prometeu participar ativamente do site, revelando segredos e dando pistas de coisas que não foram publicadas. “Isso claramente faz parte de uma estratégia transmídia que se utiliza das redes sociais e da co-criação para deixar a comunidade de fãs mais ativa do que nunca, dando combustível para que a chama do produto Harry Potter não se apague junto com o fim da saga no cinema, analisa Scartozzoni.

Reflexão

Apesar de as empresas acreditarem muito no potencial das redes sociais, Terra nota que sua utilização tem sido feita de forma limitada. “Muito temos ouvido falar sobre como chamar atenção do consumidor e gerar conteúdo. Mas ainda não resolvemos problemas mais simples e cotidianos do consumidor, ainda não temos serviços de atendimento que funcionem da maneira ideal, e ouvidorias que, de fato, escutem.

Os canais que se propõem a se comunicar com o consumidor, aparentemente, não estão tendo sucesso. Vale olhar as redes sociais como uma ferramenta que complementa essa comunicação. O que vale para o SAC deveria valer para as redes sociais, não? Como integrar esses mundos? Como fazer com que um canal, fortaleça o outro? Acreditamos que aí está uma boa discussão para o presente desse futuro”, finaliza.

Portal HSM
27/06/2011